sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Para os meus filhotes, com amor, mamãe...


Os bichos e as crianças tem um jeito todo particular de se comunicarem. Brincam, brigam, fazem carinho. Eles se entendem. Vejo isso muito de perto aqui em casa. Temos o nosso filho "peludo", o Enzo, um schnauzer sal e pimenta de quase 2 anos e meio. E o filho "pelado", o Theo, um legítimo garotinho, de 1 ano e 7 meses. 

Eles convivem desde sempre. No início eu tive um pouco de receio. Achei que o Enzo teria muito ciúmes, afinal, ele veio primeiro e tinha toda a atenção só pra ele. Mas me surpreendi com o seu comportamento. Logo na primeira semana do Theo em casa, numa daquelas noites difíces, de cólica, tivemos uma experiência interressante. Eu estava dentro do quarto do Theo trocando a fralda dele, com a porta fechada. O Theo chorava sem parar. Lá fora estavam o meu marido e o Enzo. De repente, deu os "cinco minutos" no Enzo. Mordia a barra da calça do meu marido, puxando-o para o quarto do menino. Parou na porta em posição de alerta (aquela com uma das patinhas apontando). Enquanto meu marido não abriu a porta e viu que estava tudo bem e o choro parou, o Enzo não sossegou. Era como se ele precisasse fazer alguma coisa, ajudar de alguma forma. E muitas foram as madrugadas em que eu estava na poltrona dando de mamar para o Theo e o Enzo estava ali, um cão de guarda, quase cochilando, mas ao meu lado. Firme e forte. 

Com o passar do tempo a curiosidade de ambos só aumentava. Sempre foi recíproca. Os dois queriam se conhecer. O Theo estava sentado no carrinho e lá estava o Enzo dando um jeitinho de ficar perto, cheirar, roubar um brinquedo. E assim que o Theo começou a engatinhar ele passou a roubar os brinquedos do Enzo! E a comida também! Não podia dar sopa. Lá estava ele enchendo a mãozinha e hum, hum!!! Aliás, é assim até hoje. Ele não pode ver um grãozinho de ração que põe na boca. Eca!! Mas parece estar comendo um chocolate. Fazer o quê?

Agora que o Theo já está maiorzinho eles interagem muito mais. Brincam o tempo todo. E se entendem como ninguém. Fico impressionada. Dividem tudo. E às vezes nada!
Sou cuidadosa. Estou sempre de olho. Mais por excesso de zelo do que por real necessidade. O Enzo é um ótimo irmão mais velho! Na verdade, meio irmão meio babá! Tem uma paciência com as brincadeiras do Theo...

É uma convivência muito saudável. Bom para os dois. E pra nós como pais também. Desperta na gente uma forma de carinho incondicional, que os cachorros conhecem muito bem. 
Sabemos que o Theo vai crescer, vai pra escola, vai aprender a falar, a escrever, a ler. E o Enzo não. Ele será sempre assim. Late e pede carinho e atenção. Só. E quando Theo tiver uns 13, 14 anos, ou seja, um mocinho, o Enzo já vai estar velhinho ou talvez não esteja mais entre nós. Dá um aperto. Acho que por isso essa relação é tão intensa. Sabemos que ela tem um prazo. Temos que amá-lo, muito, enquanto ele estiver aqui. 

E eu só tenho a agradecer por poder proporcionar essa experiência única ao meu filho!

Para os meus filhotes, Theo e Enzo:






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O silêncio dos inocentes

Tenho sentido uma enorme dor de estomâgo ao ver cenas tão absurdas de violência contras as crianças. Toda semana ficamos sabendo de uma nova barbaridade. Meu Deus, como isso pode acontecer? Seres tão indefesos que deveriam contar com cuidados e toda atenção dos adultos, à mercê dessa gente doente. É muita perversidade! 
Primeiro foram inúmeras histórias de babás flagradas em plena ação contra os pequenos. Coisas de arrepiar!  Depois pipocaram relatos em que creches, que pareciam seguras e acolhedoras (todas com nomes tão sugestivos: bebê feliz, algodão doce, ursinho carinho, nana nenê etc.), onde os pais deixavam suas jóias mais preciosas para que fossem cuidadas com todo carinho - e pagavam caro por isso - escondiam, na verdade, maus-tratos, humilhações e abusos. Crianças pequenas. Muitos ainda bebês.
Teve também o caso daquela louca que adotou a criança, ficou um mês com ela e judiou de todas as formas.
Recentemente tenho visto várias e várias situações em que as crianças pequenininhas são agredidas pelos próprios pais. Onde vamos parar com tanta bárbarie? Os pais são - ou deveriam ser - o porto seguro. As pessoas em quem a criança mais confia. O que esperar de um mundo onde quem mais deveria te amar, te tortura?
O que será que passa na cabecinha dessas crianças? Como vão crescer depois de tudo isso?
Num primeiro momento sobe aquela raiva e a gente tem vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Mas, aplacar a violência com mais violência, não dá. Temos que confiar na justiça e acreditar que essas pessoas não possam mais cometer nenhuma atitude dessas contra ninguém. E confiar que essas crianças possam, um dia, conseguir curar essas feridas emocionais.
Cuidar de uma criança não é nada fácil. Exige muita dedicação e amor acima de tudo. Esses vermes não poderiam chegar perto de crianças. Esses pais, ou sei lá que nome dar a eles, não deveriam ter o direito de gerar um filho. Essas pessoas só podem ser loucas; não é possível!
Os pequenos não podem e nem tem como se defender. Geralmente, nem falam (o que aumenta a crueldade). Por isso, devemos estar sempre muito atentos. Ao menor sinal, vamos investigar, vamos denunciar! Essas coisas não podem ficar impunes! 
Por amor aos nossos filhos!